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Chuvas no Rio Grande do Sul: Veja as consequências para inflação e economia brasileira

Chuvas no Rio Grande do Sul: Veja as consequências para inflação e economia brasileira
'A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou seus números nesta terça-feira (07). Já são 90 mortos, 132 pessoas desaparecidas e 1,3 milhão de afetados pelas chuvas sem precedentes que afetam a região Sul do país.

A tragédia já atinge níveis econômicos. De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), as chuvas no Rio Grande do Sul já causam mais de R$ 967,2 milhões em prejuízos financeiros, com R$ 423,8 milhões apenas na agricultura.

Os dados, entretanto, não representam a totalidade do caos gerado pela catástrofe ambiental, já que dizem respeito a apenas 25 municípios dos 336 que tiveram o “estado de calamidade pública” decretado.

“Considerando que o foco ainda é em salvar vidas, o valor total dos danos e prejuízos irá aumentar à medida que as águas forem baixando e os gestores locais conseguirem contabilizar esses dados”, aponta da CNM.


Chuvas no Sul mudam perspectivas para inflação brasileira

Para além dos impactos na região, o país inteiro pode ser afetado.

Às esperas da divulgação do que foi decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa de juros Selic, o mercado está dividido entre as apostas de uma redução de 0,50 ponto percentual, sinalizado no último comunicado, ou 0,25 pp.

Para Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, os efeitos do recente desastre climático e humanitário no Rio Grande do Sul também serão considerados, “tanto sob a perspectiva fiscal quanto pela pressão inflacionária do provável aumento nos preços dos alimentos”.

Ele afirma que a catástrofe será um divisor de águas nas projeções de mercado, afetando desde a safra até o emprego, com impactos na inflação e no apoio financeiro ao Estado.

Sobre a inflação, é esperado que os preços da soja, milho, leite, frutas e arroz subam, à medida que as safras locais são devastadas, causando problemas também no abastecimento de outros componentes, com a indústria automobilística brasileira relatando gargalos, influenciados pela dependência de peças fabricadas no Rio Grande do Sul.

“Tudo isso deve adicionar pelo menos 0,10 ponto percentual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”, complementa Spiess.

O estrategista também afirma que as necessidades de apoio financeiro ao Estado, com o envio de recursos destinados à recuperação dos danos e, posteriormente, à reconstrução do Rio Grande do Sul, trazendo imprevisibilidade aos impactos financeiros nas contas públicas.

O Executivo, de acordo com números divulgados pela Casa Civil, já disponibilizou R$ 928 milhões via Ministério do Desenvolvimento Social para o Estado, com a maior parte desse valor, R$ 414 milhões, fazendo parte da antecipação do Bolsa Família.

Segundo Matheus, “Isso reforça a expectativa de uma postura mais conservadora por parte do Banco Central na decisão de amanhã”.'



Por Giovanna Castro



Para maiores informações leia:
Fonte https://www.moneytimes.com.br/chuvas-no-rio-grande-do-sul-veja-as-consequencias-para-inflacao-e-economia-brasileira/